Vamos fazer história ?

Análise da obra de Max Weber, A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo


Max Weber, sociólogo e filósofo alemão, nasceu em Erfurt em 1864. Era considerado um nacionalista alemão, se colocava contra o racismo e o próprio imperialismo. Na sua obra A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, escrita já no início do século XIX, o autor vem analisar, dentre outros assuntos, a tendência à racionalização progressiva da sociedade ou do capitalismo moderno. Seu principal método consiste na elaboração de “tipos ideais”, ou seja, a elaboração de conceitos do objeto observado que permitam o conhecimento dos fenômenos estudados.
A partir da leitura e apreciação em sala de aula, do livro acima citado, podemos discutir certas ações por Weber analisadas, dentre elas, começaremos pelo modo de motivação para a ação, onde ele cita:
“a oportunidade de ganhar mais era menos atrativa do que a de trabalhar menos. Ele não perguntava: quanto posso ganhar por dia se trabalhar tanto quanto possível, mas: quanto devo trabalhar a fim de ganhar o salário que anteriormente e que era suficiente para minhas necessidades”.
Com esta ideia, o autor coloca que o indivíduo é motivado e possui uma motivação na sua conduta, mesmo que implicitamente. Além de produzir valores sociais, essa própria motivação também produz o próprio sentido da ação social. Percebemos então, que este indivíduo não está interessado em questões financeiras, mas sim em trabalhar o tempo suficiente para que supra suas reais necessidades. Pois ganhando mais, trabalharia mais, contudo ele preocupava-se apenas em satisfazer as suas precisões básicas. Desta forma, analisaremos esta outra passagem:
“Na verdade, esta ideia peculiar do dever profissional, tão familiar a nós hoje, mas, na realidade, tão pouco evidente, é a maior característica da ‘ética social’ da cultura capitalista e, em certo sentido, sua base fundamental”.
Para Weber, a ética profissional no estado capitalista, manifesta-se através dos comportamentos dos indivíduos e dos valores íntimos presentes nesse agente, como a própria motivação, a disciplina, etc. Já as famílias protestantes, eram direcionadas ao trabalho, formulando novos conceitos e condutas. Assim, o trabalho torna-se vocação e dever e não forma de obtenção lucrativa, que seria para o autor algo natural a ser obtido. Outro ponto que discutiremos, é a passagem onde Max Weber analisa o espírito do capitalismo.
“Tudo é feito em termos de balanço: a previsão inicial no começo da empresa, ou antes, de qualquer decisão individual; o balanço final para verificação do lucro obtido. Por exemplo, a previsão inicial de uma transação por comenda (primeiras empresas de compra e venda surgida na Idade Média) pode ser a constatação do valor monetário dos bens transacionados – enquanto esses não assumirem forma monetária – e o seu balanço final pode equivaler a uma distribuição do lucro ou das perdas ao término da operação. Na medida em que as operações são racionais, toda ação individual das partes é baseada em cálculo”.
Weber mostra nessa citação, que o espírito capitalista estuda as diversas características das atividades econômicas, e como, a partir dos preceitos dessa sociedade, constrói-se um tipo gradualmente estruturado através das manifestações particulares existentes nessa realidade histórica. Como sabemos, o capitalismo puro é organizado de forma econômica racional, respaldado no trabalho livre, orientado por um mercado real, promovendo assim, a separação entre empresa e residência, surgindo aí o direito e a administração também racionalizados.
Falando em capitalismo protestante, para Weber o próprio protestantismo gera condutas adequadas à esse sistema, com já citado anteriormente, o protestantismo possui valores específicos que agiu de forma real sobre os indivíduos. Os pais educavam os filhos para que procurassem atividades que remetessem à obtenção de lucros, preferindo os cálculos e os estudos técnicos. Toda essa forma de criação ajudou na formação da mentalidade capitalista.
A partir dessa percepção das atitudes e visões dos protestantes e que o sociólogo afirma que esses, estimulavam o desenvolvimento de valores éticos, também já citado anteriormente, mais incisivamente na vida dos indivíduos. Essa nova mentalidade construída, encontravam-se divergentes às atitudes católicas, que estavam mais voltadas para a oração, o sacrifício e a renúncia. O protestante adequando-se ao mercado de trabalho acumulando capital e reinvestindo produtivamente, confirmava a essência do capitalismo – o racionalismo econômico.
Como o próprio autor esclarece, essa obra desejava verificar até em que medida existe influências religiosas que moldam qualitativa e quantitativamente o “espírito do capitalismo”, onde ele trás a tese doutrinária no qual esse “espírito” teria surgido após uma consequência de determinadas influências da Reforma, ou mesmo, que o capitalismo seria um produto da própria Reforma.

Esperamos que esta resenha suscite discussões a cerca do assunto...


Agradecimento a Raing e Aldeane por contribuir para o crescimento do blog!
CAHIS: realizando trabalho & integração estudantil

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